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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

OS REFLEXOS DA CRISE AÉREA, SEGUNDO OS GESTORES

Pesquisa realizada em agosto ouviu 90 empresas de diversos setores

Vôos atrasados, sem previsão de saída ou chegada. Cancelamentos em aeroportos de todo o país. Mudanças e remarcações de rotas de última hora, sejam pelas reformas no aeroporto de Congonhas (SP), seja pelo fechamento de uma das pistas de Cumbica. Acrescenta-se a isso o medo de voar, que passou a atingir os executivos de forma mais intensa e freqüente. O cenário de crise, deflagrada há quase um ano, se agravou no dia 17 de julho. E é claro que o setor de viagens corporativas vem sentindo os prejuízos. Mas como mensurá-los?

Para analisar uma prévia desses efeitos e as medidas de segurança que as empresas vêm tomando diante da crise, a ABGEV preparou uma pesquisa exclusiva com o mercado corporativo. O levantamento entrevistou gestores de 90 empresas brasileiras entre os dias 07 e 17 de agosto. A primeira constatação, já esperada, foi a redução do número de viagens. Em 27% das companhias pesquisadas, a queda foi de até 10%; já 35% delas dizem que esse número caiu até 20%; para 6% dessas empresas, a queda foi entre 36% e 45%; e 3% dizem que as viagens caíram acima de 46% desde outubro de 2006.

As empresas também foram questionadas acerca dos impactos gerados sobre os eventos previstos para o período. E, segundo 43% das entrevistadas, o impacto gerou cancelamentos ou postergou os eventos corporativos programados até agosto/setembro de 2007. Desse grupo, 10% calculam um prejuízo de até R$ 500 mil devido aos remanejamentos ou cancelamentos dos vôos; e 48% não souberam informar. “Realmente fica difícil mensurar algo não-palpável”, lamenta o Diretor Executivo da ABGEV, Alberto G. Martins, e coordenador da pesquisa.

Outro dado importante: 37% das empresas pesquisadas afirmam ter restringido viagens que tenham vôos chegando ou partindo do aeroporto de Congonhas, desde julho. Outros índices mostram que a maioria das empresas não estava preparada para imprevistos desta magnitude. Em 64% das entrevistadas, não há – nem nunca houve – nenhuma regra para impedir funcionários de viajarem no mesmo vôo. As demais se dividem: 28% apresentam restrições, mas somente para funcionários de um mesmo departamento; e 8% impedem que funcionários de qualquer departamento viajem juntos. Das empresas que restringem seus funcionários de viajarem juntos, 38% aplicam a regra conforme o nível hierárquico, sendo que a maioria (92%) só considera os cargos de presidência e diretoria. Os outros 62% não fazem restrição quanto a cargo. “Essa norma faz parte da política de viagens dessas empresas. Algumas devem passar a adotá-la depois dos últimos acontecimentos”, comenta Alberto.

Além dos impactos econômicos, os entrevistados ainda apontaram outras conseqüências sentidas a partir do direcionamento da malha aérea de Congonhas para o aeroporto internacional de Guarulhos. 69% dos entrevistados acreditam que haverá aumento nos custos totais das viagens; para 61% das empresas, a dificuldade na logística das viagens dos executivos será outro gargalo e 19% acreditam que a mudança também dificultará a logística para a realização de eventos corporativos. Além de muito transtorno, é claro.“Com essa pesquisa obtivemos uma amostragem dos prejuízos e mudanças causadas pelo caos aéreo na indústria de viagens corporativas. Será mais um documento na luta contra o descaso do governo perante o nosso setor”, concluiu Alberto Martins.